J7z :
Eu tentei. Não, eu mais do que tentei: eu lutei, insisti, acreditei contra todas as probabilidades. Eu amei com uma intensidade que mal cabia no peito, com uma força que me consumia, dia após dia. Eu me despi de todos os meus medos, enfrentei cada insegurança, abri mão de partes de mim que eu nem sabia que poderiam ser abandonadas, tudo em nome dela, tudo por um “nós” que eu achava ser eterno. Eu me joguei sem rede, sem reservas, sem limites. Eu quis ser tudo para ela. Fiz planos, construí castelos nos meus pensamentos, imaginei uma vida inteira em que ela seria o centro de tudo. Eu via o mundo nos olhos dela, encontrava sentido no sorriso dela, acreditava que qualquer coisa era possível desde que ela estivesse ao meu lado. E eu sonhei… como eu sonhei. Sonhei com o dia em que ela caminharia até mim, vestida de branco, com aquele brilho nos olhos que só ela tinha, com aquele sorriso que parecia capaz de curar todas as dores do mundo. Eu me via esperando por ela no altar, as mãos trêmulas, o coração acelerado, porque naquele momento tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava, era que ela dissesse “sim”. Sonhei com as nossas manhãs preguiçosas, com os dias simples cheios de risadas, com as noites de filmes e cobertores, com os dias difíceis em que enfrentaríamos o mundo juntos. Sonhei com uma casa cheia de amor, com filhos que herdariam o brilho dos olhos dela, com uma vida inteira de momentos que seriam só nossos. Mas a realidade veio, fria e impiedosa, e destruiu tudo. Ela pediu um tempo. Um “tempo” que soou como uma sentença, uma despedida velada, como se estivesse me dizendo que, apesar de tudo, o amor que eu ofereci não foi suficiente. Que todos os meus esforços, todo o meu cuidado, toda a minha dedicação... nada disso a segurou aqui. E agora, o que sobra? Nada além de silêncio. Um vazio que parece ecoar dentro de mim, uma dor que não encontra consolo. Eu fico aqui, preso em um ciclo interminável de perguntas que não têm resposta: Onde eu errei? O que eu poderia ter feito de diferente? Será que o meu amor foi demais, ou será que ele nunca foi o bastante? Eu tentei lutar por ela, mas ela desistiu de lutar por nós. Eu tentei segurar nossos sonhos, mas ela deixou que eles escorressem pelos dedos. Eu tentei ser o homem que ela queria, mas talvez ela nunca quis, de verdade, ficar. E o que mais dói, o que realmente me destrói, é que mesmo agora, mesmo depois de tudo, mesmo com esse buraco imenso que ela deixou em mim... eu ainda a amo. Eu ainda daria tudo para vê-la voltar, para ouvir dela que ainda existe uma chance, que ainda podemos sonhar juntos. Mas a verdade é que talvez ela nunca volte. E eu fico aqui, sozinho, com os cacos do que poderia ter sido, tentando juntar forças para seguir em frente, mesmo quando tudo em mim ainda grita o nome dela
2025-01-05 07:59:45