Em um estudo com 36.678 adultos de meia/terceira idade, o consumo pesado de álcool foi associado a atrofia cerebral generalizada, perda neuronal e enfraquecimento das fibras de substância branca, especialmente em regiões frontais, hipocampais e cerebelares. • Outro estudo clínico observacional mostrou que mesmo consumo moderado está associado a atrofia do hipocampo, confirmando que não apenas os casos extremos sofrem danos. • Em modelos animais, após período de abstinência, persistem déficits comportamentais e alterações de circuitos cerebrais ligados à tomada de decisão, sugerindo que os efeitos não são imediatamente reversíveis. • Em pacientes com alcoolismo, já foi documentada a síndrome de Wernicke-Korsakoff, caracterizada por graves alterações de memória, confabulação e déficits cognitivos, resultantes de dano neurológico e deficiência de tiamina. • Revisões de literatura já apontam que o risco de déficits cognitivos, demência e outras doenças neurológicas aumenta com o tempo e a intensidade do consumo de álcool. ⸻ Consequências neurológicas e funcionais • Déficits de memória episódica e de trabalho: dificuldade em armazenar, acessar ou reter novas informações. • Comprometimento executivo: problemas de planejamento, impulsividade, tomada de decisão inadequada. • Alterações emocionais e comportamentais: irritabilidade, alteração de humor, desinibição social. • Risco aumentado de demências: uso abusivo de álcool é reconhecido como fator de risco para demência alcoólica, Alzheimer e condições mistas. • Possível irreversibilidade parcial: embora haja plasticidade cerebral, danos estruturais severos podem não ser totalmente reversíveis, especialmente nos casos de uso prolongado e intensivo. - @rosangelahaydemciencia